Os Mambas perderam a vaga do Campeonato Africano das Nações ao perderem diante de Cabo Verde por 1 a 0, em pleno Estádio Nacional do Zimpeto, para a derradeira jornada da fase de apuramento. O combinado nacional terminou em último do grupo F, com quatro pontos.
Texto: David Nhassengo / Fotos: Sérgio Sitoe
O conjunto nacional até entrou valente, mas foi demasiadamente perdulário na hora de decisão.
A mais gritante foi o falhanço de Dayo que se viu à nora depois de uma oferta de Vozinha. Um mau alívio do guarda-redes ofereceu a bola ao avançado que no lugar de atacar a baliza, estando ele na grande área, fez um compasso de espera pelos colegas até o esférico perder-se na linha do fundo. Jogava-se o minuto inicial…

No primeiro quarto de hora, Miquissone tirou um remate a meio da rua que passou ao lado, mas muito perto da baliza, depois de uma assistência de Kamo-Kamo.
Cinco minutos mais tarde, o “rapaz de Setúbal” voltou a entrar em cena em mais uma jogada individual. Furou a grande área pela direita, ganhou terreno e, diante da muralha defensiva que o fechou o ângulo da baliza, buscou Dayo que só com o guarda-redes pela frente falhou escandalosamente o desvio para o fundo das malhas.

Os cabo-verdianos aliviaram a jogada mas não respiraram digamos, de alívio. Gildo ganhou a segunda bola bombeada para fora da zona de rigor e de lá atirou com muito perigo ao lado da baliza.
Aos 30, Gildo reapareceu na cobrança de um livre directo que só contou para a estatística dos remates porque a bola foi parar nas mãos de Vozinha. Mas não passou de uma oferta de páscoa.

Pouco tempo depois, os Mambas somaram a enésima situação de perigo, desta vez com Luís Miquissone a soltar um tiro que esbarrou num defesa contrário. Neste lance, os moçambicanos ficaram a pedir uma grande penalidade por uma mão na bola, mas foi o Konde Boy que acabou perdendo a cabeça: cometeu uma falta que evitou a saída ao ataque dos cabo-verdianos e, por protestos, acabou vendo um amarelo.
Como que a fechar a primeira parte que só deu Moçambique, os Mambas viram ainda Vozinha a recorrer aos punhos para defender um livre de Dominguês Pelembe.

Durante os primeiros quarenta e cinco minutos, tudo o que Cabo Verde fez foi defender-se das tentativas de golpe dos Mambas e na única vez que foram à baliza de Frenque, Chico Muchanga fez um corte in extremis quando Andrade preparava-se para rematar.
Mexidas que não deram em nada. Aliás, só geraram um auto-golo!
Luís Gonçalves fez duas substituições no xadrez antes do início da segunda parte. Fez sair Gildo por Abel Maestro e Dayo António por Faizal Bangal, este que na sua primeira acção cobrou um livre, desde uma zona privilegiada, que de tão fraco que foi o guarda-redes adversário só agradeceu.

Os Tubarões Azuis reagiram, a partir dos seis minutos desta etapa. Andrade disparou ao lado ao tentar completar com êxito uma jogada individual de Semedo, este que girou toda a defesa nacional até criar espaço para aquele médio ofensivo tirar aquele remate frontal.
Em resposta, Faizal Bangal viu o guarda-redes a negar-lhe o golo na recarga de um remate de Miquissone, mal defendido por Vozinha. O avançado moçambicano veio pouco depois a acertar na própria baliza, na sequência de um livre tirado por Marco Soares.

Bangal cabeceou para dentro da própria baliza. Inexplicavelmente…
O seleccionador ainda esboçou um poder de reação mudando a táctica e colocando todo o seu arsenal ofensivo em campo. À hora do jogo fez entrar o avançado Lau King no lugar do defesa Chico. O ponta de lança juntou-se a Faizal Bangal, tendo Moçambique passado a jogar com três centrais, Jeitoso, Bruno e Sidique, Kambala e Abel na proteção das costas de uma linha de média de três composta por Dominguês no centro, Kamo-Kamo e Miquissone nas alas.

Mas isto de nada valeu. Os Mambas só geraram duas oportunidades de golo, a primeira com Lau King a falhar escandalosamente o desvio de um cruzamento perigoso tirado por Clésio. Vozinha estava batido e o ponta só precisava mergulhar ou fazer qualquer coisa para a bola bater nele e desviar-se até à baliza. Ele preferiu não fazer nada.
Em resposta, no minuto 76, Frenque defendeu um remate frontal de Marco Soares a sequência de um mau alívio de Sidique Sataca.

A 10 dos 90, Bruno Langa finalmente cobrou um livre que gerou muito perigo. Mas, mais uma vez esteve lá Vozinha a defender para frente. Na insistência, a bola foi aos pés de Jeitoso que na confusão da grande área preferiu cedê-la a Kambala que, à queima-roupa, disparou para mais uma defesa incompleta do guarda-redes cabo-verdiano.

Com 1 a 0, Cabo Verde carimbava assim ao apuramento ao CAN-2021, visto que terminou na segunda posição do grupo F, com 10 pontos, a um do líder Camarões que ainda na noite desta terça-feira, 30 de Março, empatou a zero com o Ruanda, terceiro com seis.
FICHA TÉCNICA:
Moçambique: Frenque – Chico Muchanga, Jeitoso, Bruno, Sidique – Kambala, Miquissone, Dominguês – Gildo, Kamo-Kamo e Dayo
Banco de suplentes: Guirrugo, Chico Mioche, Jorge, Fídel, Amadou, Abel (Gildo, 45´), Kito, Telinho (Kamo-Kamo, 79´), Lau King (Chico, 62´), Bangal (Dayo, 45´)
Treinador: Luís Gonçalves
Cabo Verde: Vozinha – Ponk, Fortes, Stopira, Tavares – Marco Soares, Andrade, Fortes – Jamiro, Semedo e Kuca
Banco de suplentes: Ivan Cruz, Márcio, Tiago (Willis, 90´+1´), Diney, Telmo, João Paulo, Willis (Jamiro 58´), Duarte (Marco Soares, 90´+1´), Tavares (Semedo, 67´), Ailton, Patrick (Andrade 67´) e Vasco.
Treinador: Pedro Leitão Bubista
OC
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