MAMBAS:: Quando o futebol é injusto

O Senegal voltou a ganhar. Fê-lo, desta vez por 1-0, numa partida em que os Mambas demostraram carácter. Uma personalidade que tornou ténue a distância que separa a derrota da injustiça do futebol.

Texto: David Nhassengo

Para este embate, o seleccionador nacional operou cinco substituições em relação à equipa do fatídico 5-1 de Dakar. O “nacionalizado” Chande deixou a baliza para Ivane, Martinho entrou no lugar de Zainadine Jr, Shaquille por Amadou, Bruno Langa por Edmilson, Clésio por Domingos e o capitão Dominguês que emprestou o lugar à Melque.

Tudo parecia não fazer sentido pois o Senegal foi ensaiando de ataque em ataque dar o golpe sem os moçambicanos mostrarem resistência sobretudo nos primeiros 45 minutos. Tudo passava aos defesas e só terminava nas mãos de Ivane Urrubal – o homem do jogo – que tirou tudo menos aquele remate certeiro de Dia, decorridos 18 minutos, após uma perdida de bola de Edmilson.

Mas a verdade é que os Mambas aguentaram-se como puderam até ao intervalo e, já na segunda metade, colocaram os campeões africanos no bolso. Houve tudo até espectáculo. Faltou foi o golo para acompanhar o ritmo poético das investidas de Dominguês, lançado na segunda parte para o lugar de Kambala – igualmente entrou Bruno Langa no lugar de Martinho.

O sete moçambicano foi tudo o quis em campo e até levou o público ao delírio: defendeu, serviu, atacou e rematou. O dia é que não estava pré-destinado para que houvesse um resultado diferente desse 1-0 que apura o Senegal para o CAN2023, com um pleno de vitórias em quatro jornadas.

Moçambique segue ainda na segunda posição, com quatro pontos, com dois de vantagem sobre o Ruanda (2) e três sobre o Benim (1), estes últimos dois conjuntos que se batem só esta quarta-feira, 29 de Março.