Os cinco capitães dos Mambas e o assistente do selecionador nacional, ora suspensos, quebraram o silêncio esta terça-feira, 07 de Fevereiro. Acusam a FMF de desonestidade e má-fé na gestão da premiação durante o CHAN e prometem levar o caso aos tribunais nacionais e até mesmo às instâncias internacionais.

Texto: David Nhassengo

Numa nota publicada na página Facebook de Eduardo Jumisse, assistente do seleccionador nacional, os seis “suspensos” contrariam a FMF que durante o encontro desta segunda-feira, 06 de Fevereiro, na Secretaria de Estado do Desporto (SED), revelou que os prémios de jogo foram definidos antes da participação no CHAN, através do respectivo regulamento de premiação.

De acordo com os signatários da carta, “a definição da premiação em qualquer competição deve ser feita previamente ao início da mesma”, ao que “os jogadores e a equipa técnica de tudo fizeram para que assim fosse, não tenho logrado, pois a direcção da FMF sempre pautou pela sonegação de informação e promessas vãs”.

O técnico Eduardo Jumisse e os atletas Shaquille, Chico Muchanga, Kito, Isac e Telinho vão mais longe ao escreverem que “as negociações lideradas pelo chefe da delegação foram realizadas de forma desonesta e de má-fé”, em alusão ao acordo que resultou no termo de compromisso da federação – assumido pelo vice-presidente Jorge Bambo – em entregar aos atletas e equipa técnica 60% dos 400 mil dólares norte-americanos a que o País tem direito pelo apuramento aos quartos-de-final daquela competição continental.

Aliás, ao verem anulados os efeitos daquele termo de compromisso dizem sentir-se enganados e por isso desrespeitados pois, no seu entendimento, “as competições internacionais observam um conjunto de práticas e regras de premiação, cabendo aos órgãos competentes, como a direcção da FMF, harmonizar tais regras com as práticas e regras locais e comunicar aos visados”.

“O futebol e os desportistas nacionais merecem ser respeitados não só pelos jogadores e equipa técnica, mas, também, pelos dirigentes desportivos, através de uma gestão transparente e responsável, cumprindo quer as regras locais, quer as emanadas pelos órgãos internacionais”, lê-se, ainda, no documento.

“Não fomos notificados para o encontro na SED”

Sobre a ausência não justificada no encontro havido esta segunda-feira (06) com o secretário de Estado do Desporto, Carlos Gilberto Mendes, os signatários revelam que não foram convocados para “qualquer” reunião, entrevista ou pedido de informação, “tendo acompanhado, pela comunicação social, a convocação e realização de uma reunião na/ou com a SED, apesar de as instituições que a convocaram conhecerem os seus contactos”.

Ainda assim assumem que “estão disponíveis para de forma honesta, transparente e aberta encontrarem uma solução para o problema que afecta não só a seleção que esteve no CHAN, mas todas as seleções nacionais de futebol”.

Recurso a tribunais nacionais e a entidades internacionais

Apesar da abertura demonstrada para o esclarecimento deste assunto, Eduardo Jumisse e os atletas Shaquille, Chico Muchanga, Kito, Isac e Telinho garantem, através do documento, que não deixarão de defender os seus direitos e interesses, “não só junto das entidades nacionais competentes, como, também, junto dos órgãos que gerem o futebol africano e mundial”.

Para este efeito e, “com vista a salvaguarda dos direitos dos signatários, esclarecimento dos procedimentos que estão a ser executados pela FMF”, os mesmos nomeiam os advogados João Nhampossa e Manuel Bila Jr. para a sua representação “em qualquer instância, foro ou tribunal”.

Eis o documento na íntegra!

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