O Secretário de Estado do Desporto reagiu à decisão da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) de prescindir das competições internacionais para os sub-17 e sub-23. Disse compreender os argumentos e deixa aberta uma janela de esperança aos sub-17.
Texto: Redacção OC
Gilberto Mendes falava para os microfones do canal desportivo da Rádio Moçambique, num despacho de Efraime Macitela a partir de Vilankulo.
O governante disse compreender as razões que levaram a federação a tomar tal medida – quanto a nós – extremista, sobretudo quando se invocam problemas financeiros.
“A FMF informou-nos de que não tem formas de custear as despesas dessas duas selecções nacionais e, de facto, não há fundos”, começou por assinar por baixo, acrescentando que, por tal motivo, não se pode fechar os olhos.
Ou seja, sempre de acordo com Mendes, “a federação tem muitas frentes: desde os seniores que lutam pelo CHAN e pelo CAN, os sub-23, o futebol feminino. Os sub-20. Como disse, são várias, as frentes, que exigem dinheiro e que se não houver fontes alternativas para custear todas essas despesas fica muito complicado”, contextualizou Mendes.

Porém e, apesar de compreender os argumentos da casa gerida por Feizal Sidat, Mendes abriu uma janela de esperança para os sub-17 que em Dezembro próximo terão competir nos Jogos da AUSC-R5.
Aos microfones da rádio disse que, “pela forma como me dou com os processos, normalmente não atiro a toalha ao chão sem antes esgotar todas as possibilidades. Portanto, aquela foi a posição tomada pela federação mas, se a gente conseguir fintar o destino, acredito que possa haver uma revira-volta”, bastando, para isso, a SED encontrar financiamento suficiente para deslocar aquela selecção do futuro a Malawi.
“Os jogos são agora em Dezembro, mas era importante para nós que todos fôssemos, tendo sempre em conta a nossa capacidade financeira e a esperança em resultados positivos”. Rematou o secretário de Estado do Desporto, que recomendou, adiante, aos gestores desportivos nacionais para que olhem para o desporto de formação como uma prioridade.
Sobre responsabilidade do Governo nas deslocações das selecções nacionais
Gilberto Mendes aproveitou a ocasião para explicar que ao Governo não deve ser imputada nenhuma responsabilidade por a FMF prescindir de participar nas provas internacionais de sub-17 e sub-23 por falta de fundos.
Até porque, anualmente, a SED e as federações desportivas nacionais têm assinado contratos-programa para o financiamento de diversas actividades desportivas. Sucede, porém, que face aos inúmeros compromissos internacionais, as federações sempre clamam por um apoio adicional por parte do Governo.

“Isso faz com que os contratos-programa fiquem estoirados pois temos de acrescentar sempre algum valor. Temos de nos reinventar quase todos os dias para isso”, explicou.
Quanto ao futebol, Mendes explicou que é no mesmo âmbito que “o Governo tem sempre feito a sua parte, suportando todas as despesas da selecção nacional A, os Mambas”.
“Porém é preciso perceber-se que a Secretaria de Estado do Desporto não tem apenas a FMF. Tem também outras selecções, das mais diferentes modalidades, sendo que todas devem ser privilegiadas. Não há dinheiro suficiente para todos. O mundo agora não tem dinheiro e está a atravessar uma crise. Temos de saber racionalizar os meios e esforços”. [OC]