- O técnico acusa Kamal Badrú de perseguição e de estar por detrás deste caso que culminou com a sua detenção.
O Serviço Nacional de Migração (SENAMI) confirmou esta quinta-feira, 21 de Julho, que o técnico de atletismo será repatriado a Portugal por estar ilegalmente no País desde 2019, ano em que expirou a sua Autorização de Residência em território nacional.
Texto e Fotos: David Nhassengo
Não foi todavia avançada a data da deportação, mas o SENAMI garantiu já ter comunicado a Embaixada de Portugal em Moçambique para este efeito. No entanto, a última palavra pertence a Alberto Lário “que deverá aceitar regressar ao seu País de origem e, assim proceder-se”, conforme revelou Felizardo Jamaca, porta-voz daquela instituição migratória.
Segundo explicou a fonte, Alberto Lário vive ilegalmente no País desde 2019, ano em que expirou a sua Autorização de Residência, sendo que o treinador português continuou a exercer actividades para as quais nem estava legalmente habilitado, no Parque dos Continuadores.

Vai daí que, “no âmbito de uma nossa acção. Isso de fiscalização, encontramos este cidadão sem nenhum documentação de identificação, visto adequado ou Autorização de Residência, porém a desenvolver a actividade de treinador de atletismo”, sendo ele um estrangeiro.
Questionado sobre a fonte de combustão que levou até à detenção de Alberto Lário, três anos depois de viver ilegalmente no País, Jamaca explicou que o técnico já estava sinalizado pelo SENAMI que “já sabia da existência de um treinador estrangeiro a trabalhar no Parque dos Continuadores, graças a uma denúncia”.
Denúncias, essas, “que são claramente as nossas fontes de investigação e fontes de trabalho. A informação ajuda-nos muito a encontrar certos cidadãos em permanência irregular no território nacional”. Disse.
“Má notícia em dia de meu aniversário” – Alberto Lário
Apresentado aos jornalistas, Alberto Lário não só se mostrou comovido com a tempestade que se criou à sua volta, como também apresentou-se, à imprensa, resignado, por isso disposto a regressar a Portugal.
Disse aguardar, serenamente, pelo desfecho do caso mas lamentou, num outro desenvolvimento, a intervenção neste caso do presidente da Federação Moçambicana de Atletismo, Kamal Badrú, a quem acusa de perseguição e de ter feito a denúncia que culminou com a sua detenção.
“Já quando ele era secretário-geral da federação, uma vez levou a polícia para a minha casa. Só que na altura eu tinha a documentação em dia. Ainda assim fui levado à esquadra, no carro dele”, acusou o técnico.

Para Lário, “isto só prejudicará claramente os meus atletas, sobretudo a Verónica José que, como sabem, vai no dia 01 estrear-se no Campeonato do Mundo de Atletismo de Juniores em representação a Moçambique. Ela irá a esta prova sem o seu treinador”.
O técnico assumiu estar com medo do futuro, pois não sabe o que se passará com os seus atletas que são para ele o futuro da modalidade no País. “A Verónica até quer desistir de participar no Mundial de Juniores, mas eu disse a ela que depois de Lurdes Mutola, ela é a única atleta moçambicana que alcançou os mínimos para este evento, que pode ser a sucessora da Menina de Ouro”.

Sem nunca esconder o desejo de continuar em Moçambique e dar continuidade ao trabalho de formação de novos talentos, Lário explicou que submeteu em 2016 um pedido para a aquisição da nacionalidade moçambicana, o que se aqui não obteve resposta por parte das Autoridades Nacionais.
“Eu nasci aqui. Sou moçambicano. E resulta triste receber a notícia de ter de abandonar o meu País em dia do meu aniversário”, confessou, comovido. [OC]
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