Um grupo de sócios do Grupo Desportivo de Maputo amotinou-se na sede do clube, na baixa da cidade de Maputo, no princípio da tarde desta quarta-feira, 24 de Novembro. Exige a saída imediata da direcção de Paulo Ratilal.
Texto e Fotos: Abiatário Rombane
Os manifestantes entendem que a direcção deve cessar imediatamente as funções de modo a permitir que sejam convocadas, até 31 de Dezembro, eleições para a escolha de novos órgãos sociais.
Até porque, argumentam, o elenco liderado por Paulo Ratilal foi eleito em Março último para dar continuidade ao mandato da direcção cessante, de Inácio Bernardo, cujo ciclo governativo vence no último dia deste ano, à luz dos estatutos do clube.

No entanto pretendem forçar a queda prematura do elenco de Ratilal pelo facto de – segundo sublinharam, aos gritos – a direcção não ter conseguido salvar o clube tal como prometera quando pretendia o voto do sócio.
“O Desportivo só piorou este ano. Os atletas estão com cerca de dez meses de salários em atraso. Os funcionários e treinadores também. Não pagam e este clube tem direcção. Se é para não fazerem nada, convém mesmo saírem”, concluíram, categóricos.

Num outro desenvolvimento, os manifestantes reclamaram o facto de, passados oito meses, a direcção nunca ter aceitado reunir com os sócios para debater a vida do clube e encontrar possíveis soluções do mar de problemas que assolam o centenário. Mesmo a pedido expresso destes.
“Todos sabemos que há problemas. Eles quando entraram também sabiam e prometeram soluções. Mas nunca aceitaram reunir. Enviamos cinco cartas a pedir encontros com a direcção para discutir a vida do clube, mas a nenhuma responderam”, contextualizaram os sócios que reafirmam que, esgotadas todas as possibilidades de diálogo, a direcção só tem uma saída: a própria saída. Ou seja, deve render-se e cada um dos seus integrantes regressar a à sua zona de origem.
Liguilha: Outro pomo da discórdia!
A não participação do Desportivo de Maputo na Liguilha de Permanência no Moçambola é a gota que fez transbordar o vaso de confiança dos sócios em uma direcção legitimamente eleita.

Acusam-na de ter tomado uma decisão extrema, de forma unilateral, sem nunca terem ouvido a opinião dos sócios.
Acusam ainda o quadro executivo de ter ignorado os pedidos de encontros que visavam debater a participação do Desportivo de Maputo no Torneio de Vilankulo, “por orgulho de quem acha que entende de direito, quando na verdade é porque não conseguiram fundos para viabilizar a ida à Liguilha. Por isso devem sair”, fundamentaram os manifestantes.

“Só soubemos através da imprensa de que o GDM não quer a Liguilha. Até ligou-nos Camilo a pedir um encontro para falar disso. Mas isso foi depois de tomarem a decisão e fazerem aquele espectáculo todo na imprensa”, finalizam.
Comissão de gestão indicada pelos sócios
Durante o motim, os sócios invadiram os escritórios do clube nos quais encontraram alguns membros da direcção, aos quais pediram que abandonassem imediatamente as instalações do clube. Fizeram-no, pacificamente.

Já no interior das instalações, os manifestantes anunciaram passos subsequentes tendo em vista a indicação de uma Comissão de Gestão que deverá cuidar da vida do clube enquanto não é marcada uma Assembleia-Geral para a eleição de novos órgãos sociais. [OC]
[…] Com efeito, Paulo Ratilal disse que não se irá demitir do cargo por exigência de 20 pessoas que, tal como fez referência, podem não ser sócios nem adeptos do Desportivo de Maputo, “mas arruaceiros” tendo em conta a forma como manifestaram-se: exibindo dísticos, cantando, dançando e invadindo a sede social do clube. […]
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