Presidente da CNAF:: “Os jogos da Black Bulls terão árbitros condicionados”

A revelação foi feita por José Norberto dos Santos, presidente da Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (CNAF), durante o encontro de balanço da primeira volta do Moçambola2021, promovida quarta-feira, 18 de Agosto, pela Liga Moçambicana de Futebol (LMF).

Texto: Redacção OC

Segundo referiu o chefe do apito nacional, foi a análise feita à actuação dos árbitros nos encontros que envolvem aquela colectividade que levou a CNAF a concluir que os mesmos não estiveram bem ao longo da primeira volta.

É por isso que, segundo revelou Norberto dos Santos, “todos os árbitros que forem escalados nos jogos da Black Bulls estarão condicionados”.

Depois de considerar as declarações graves, sobretudo pela qualidade de quem as profere, o presidente da Black Bulls, Junaide Lalgy, pediu mais esclarecimentos sobre o significado de ser ter árbitros condicionados nos seus jogos.

Em resposta, Norberto dos Santos limitou-se a dizer, por um lado, que “este é um sentimento meu e da própria CNAF” para, por outro lado, justificar em breves parênteses que é por se tratar do líder destacado do Moçambola2021.

No entanto, dados na posse do OC-Olho Clínico indicam que apenas dois árbitros que ajuizaram igual número de jogos envolvendo a Black Bulls foram castigados em função do seu desempenho considerado negativo pela Comissão Técnica da CNAF. O emblema realizou no entanto 13 encontros na primeira metade do campeonato.

Trata-se de Simões Guambe que apitou o empate a dois golos entre a Costa do Sol e os Touros de Tchumene, para a jornada 10 e Nelson Wanasse que, na ronda 13, ajuizou a vitória da Black Bulls sobre o Incomáti, por 1-0.

Enquanto o primeiro foi suspenso por 45 dias, Wanasse foi forçado a ficar em casa por uma suspensão preventiva enquanto (de)corre um processo de inquérito para averiguar a qualidade do som do seu apito naquele encontro.

Black Bulls queixa-se de dualidade de critérios

Ainda na sua intervenção, que de todo levantou mais questionamentos sobre a arbitragem, o patrono da Black Bulls, Junaide Lalgy, queixou-se da dualidade de critérios por parte da CNAF, um facto que estará por detrás do anunciado condicionamento dos árbitros relevado por Norberto dos Santos.

É que, de acordo com Lalgy, até hoje não são conhecidos os castigos sobre os árbitros que prejudicaram a sua colectividade nos encontros das jornadas 14 e 15, disputados respectivamente a 06 e 11 de Agosto.

Nem foram abertos processos de inquérito a João Paulo e Mário Tembe, tal como sucedeu com Nelson Wanasse que três dias depois do encontro entre os Touros e o Incomáti foi suspenso preventivamente.

Há corrupção na arbitragem!

Porque foi a arbitragem que dominou o encontro entre os clubes, a LMF, CNAF e a própria Federação Moçambicana de Futebol, Norberto dos Santos aproveitou a ocasião para sacudir a água do capote.

Responsabilizou os clubes pela péssima actuação dos árbitros e, quase que inadvertidamente, assumiu haver corrupção envolvendo a classe por ele dirigida.

Os clubes são os culpados por tudo isto. Quem procura os árbitros são os gestores dos clubes. Eles é que fazem circular o dinheiro. Caros, não há corrupção sem corruptores”, assumiu.

Ainda assim exortou os clubes para que denunciem qualquer acto de corrupção que envolva os árbitros, sobretudo antes dos encontros para que a CNAF possa tomar medidas.

Prometeu ser implacável e revelou, adiante, que publicação dos castigos é um meio encontrado pela comissão por ele liderada para devolver uma verdade desportiva que parece temer o amarelo e o preto.

Após a nona jornada ficou decidido, em sede da direcção executiva da FMF, que as sanções seriam publicadas em virtude do mau desempenho dos árbitros, por forma a melhorar a verdade desportiva no País”, revelou a fonte.

A CNAF só analisa jogos televisionados

Num outro desenvolvimento, Norberto dos Santos assumiu as dificuldades que a CNAF tem de analisar a actuação dos árbitros do Moçambola, o que até agora só é possível graças aos jogos televisionados.

O dirigente deu a entender que não são de todo fiáveis os relatórios feitos pelos delegados do jogo, por sinal indicados pela Comissão Técnica da CNAF dirigida por Alfredo Sitoe – este que vezes sem conta é visto a exercer as funções de delegado, em claro conflito de interesses.

Temos um acordo com a ZAP e a TVM para o fornecimento de jogos por eles transmitidos. Não nos cingimos apenas nos relatórios dos delegados dos jogos”, confessou, insistindo que todos os árbitros que não não estiveram bem serão instaurados vários processos disciplinares. [OC]

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