Na hora do adeus, Luís Gonçalves não escondeu a sua tristeza por ter de deixar a selecção nacional. Ao mesmo tempo mostrou-se surpreendido com a decisão tomada pela Federação Moçambicana de Futebol pois, no seu entender, tinha ainda muito mais a dar ao País futebolístico.
Texto: Redacção
O agora ex-seleccionador nacional explicou os contornos da sua saída do cargo e avançou que apenas foi informado da decisão pela direcção da federação, liderada por Feizal Sidat, durante “a reunião cordial” havida na tarde desta quarta-feira, 31 de Março, em Maputo.
“Não houve mais nada do que isso. Fui apenas informado pela direcção da decisão, através de uma carta e mais nada…”, revelou.

A partir daí, assegurou o técnico, será necessário “perceber o que vai acontecer a seguir”, antevendo-se, com estas palavras, uma batalha jurídica em relação a algumas cláusulas patentes no contrato que a federação referenciou ter cessado por não terem sido cumpridos alguns objectivos, com destaque para o apuramento ao Campeonato Africano das Nações, Camarões-2021.
Aliás, sobre os objectivos, o técnico português explicou que “não só tinha esse objectivo (do apuramento ao CAN-2021), como também o apuramento ao Campeonato Mundial de Futebol, Qatar-2022”, cuja fase de apuramento arranca já em Junho próximo.

Triste com a saída prematura
O luso-moçambicano assumiu adiante que a decisão tomada pela federação apanhou-o de surpresa porque “nada indicava que iria acontecer, pelo menos de uma forma oficial”.
“Como disse, eu estava de corpo e alma na federação e na selecção nacional, pois acredito que é possível fazer algo mais para o futebol moçambicano”, uma vez que “tinha uma área de intervenção abrangente, como a responsabilidade pelo desenvolvimento da modalidade”, explicou.

Triste? “Naturalmente, porque acredito e acreditava firmemente que era possível continuar a desenvolver o meu trabalho e a contribuir para o melhor do futebol moçambicano, apesar de todas as dificuldades que todos temos encontrado”, assumiu.
Ainda assim, Luís Gonçalves não escondeu o orgulho que sente por ter entrado para a história como seleccionador nacional de futebol de um País que o viu nascer.
O objectivo do CAN afogou num mar de dificuldades
O agora ex-selecionador nacional de futebol insistiu em defender que o objectivo do apuramento ao CAN esbarrou nas inúmeras oportunidades criadas pelos Mambas no jogo contra Cabo Verde, na noite de terça-feira, 30 de Março.
“Bastava concretizar algumas das imensas oportunidades de golo que estaríamos a festejar e no CAN. Mas nós sabemos de todas as dificuldades que tivemos na preparação dos jogos: Da COVID-19, da ausência de Moçambola, da não realização de estágios, enfim…Uma série de outros factores”, lembrou.

Sem o futuro ainda definido, porém confiante de que propostas não faltarão, Luís Gonçalves desejou na epístola do adeus as maiores felicidades à selecção, jurando de pés juntos que “estarei sempre a torcer por Moçambique, pois me considero moçambicano. Tenho Moçambique no coração. Um dia mais tarde talvez regresse, porque o futuro a Deus pertence”.
De recordar que Luís Gonçalves assumiu o comando técnico da selecção nacional de futebol em Agosto de 2019. Chegou para substituir Abel Xavier, técnico com o qual trabalhou como adjunto nos Mambas. OC
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