Os jornalistas desportivos moçambicanos exigem uma maior valorização do seu papel no panorama desportivo nacional. Entendem, por isso, que é chegada a hora de as instituições desportivas serem obrigadas a criar departamentos de comunicação.
Por: David Nhassengo
Os escribas entendem que só assim poderiam ver o seu papel mais valorizado, enquanto “actores privilegiados do desporto”, tal como os catalogou Adão Matimbe, jornalista e presidente da Associação Moçambicana de Imprensa Desportiva.
Não só. Com os departamentos de comunicação, os jornalistas ganhariam um canal aberto para melhor promoverem as acções desportivas no País, como também para o acesso à informação, uma liberdade que, regra geral, é objecto de sonegação a nível das instituições do desporto em Moçambique.
Mas a criação dos referidos sectores nos clubes, associações e federações não deve ser compreendida como um acto facultativo. Como curiosamente acontece no actualmente. Deve ser legislada, adequando-a à renovada Lei do Desporto, até para a defesa do interesse público da actividade desportiva. Pediram os escribas.
Mais. É com a contínua valorização do papel, digamos, social do jornalista que o País pode acelerar o passo na transformação da actividade desportiva – hoje vista como recreativa – em uma indústria comercial. Em um produto interessante, que vende…
“O nosso problema é o desporto no geral. É o lugar que o desporto ocupa na sociedade. Esta é a questão central. O lugar do desporto em Moçambique é subalterno. A maior parte das pessoas que acompanham o desporto com muito interesse, acompanham o desporto de Portugal e da Inglaterra. Inclusivamente, para não dizer sobretudo, os jornalistas desportivos. Não há paixão pelo o que é nosso”, exemplificou o decano Renato Caldeira.
Aliás, há quem defendeu que não basta transformar o desporto em um produto vendável. É importante que se incentive quem o compre, tal como referenciou Adão Matimbe, que recomendou “a definição de um modelo de financiamento da actividade desportiva no seu todo, uma vez que a anterior Lei do Mecenato não foi concebida exclusivamente para o desporto, tendo sido adaptada para a classe empresarial no financiamento às infraestruturas desportivas”.
Governo reconhece o papel vital do jornalista desportiva
Para o secretario de Estado do Desporto, Gilberto Mendes, os jornalistas desportivos “desempenham um papel muito importante e vital para que o desporto nacional atinja os objectivos que todos nós almejamos”.
Vai por isso que a Secretaria de Estado do Desporto organizou e convidou profissionais de comunicação social “para esta auscultação, no âmbito da reflexão sobre a revisão da Lei do Desporto”.
Na sua intervenção, o governante explicou que a proposta de revisão da Lei base do Desporto vai ao Conselho de Ministros em Novembro, sendo que “nós não poderíamos pegar nela e submete-la à revisão sem ouvir os principais actores desportivos, neste caso os jornalistas desportivos”. OC